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Wednesday, March 22, 2006
UMA HOMENAGEM A ZÉ


A Rua Rubim amanheceu de luto. Logo na sua entrada, ao lado muro do terreiro de Oxalá, jazia o corpo de Zé.
Ele que tanto pertubou com os gatos da vizinhança, era o felino mais popular da rua. Andava por todos os muros, entrava em todas as casas que lhe davam acesso. E, embora fosse o dono do território, era alimentado pelas mães dos felinos apanhados.
Seus pais não lhe davam a devida atenção. Talvez porque a ignorância e os problemas sociais não lhes permitiam. Mesmo assim faziam o que podiam, o que pelo menos acreditavam ser o seu limite. mesmo assim, Zé tinha brasão, sangue azul, olho azul, pelo dourado com as extremidades escuras. Quem sabe até tinha pedigree?
Quantas vezes eu não avistei Zé em cima do muro da sua casa a contemplar a lua e os traseuntes daquela rua por onde quase não passa ninguém? Quantas vezes uma de suas madrinhas (Zé tinha muitas madrinhas, eu fui uma delas bem no finalzinho de sua vida) não lhe punha ração e água sobre o muro? Quantas noites Zé não sentiu o gosto da liberdade trazido pelo sereno? Durante onze anos Zé foi livre. Felino de sorte. Teve o privilégio de viver durante onze anos estando exposto a envenamentos (pois é, Zé superou um sem ir ao veterinário! Zé odiava médicos!) e atropelamentos. Morreu de morte morrida e não de morte matada. É uma pena que eu só tenha me dado conta de que Zé precisava muito mais do que um pai e uma mãe, que ela já tinha, muito mais do que um prato de ração, precisava tamém de carinho, como todos os outros gatinhos do planeta. Foi isso que pude lhe dar nas últimas 48 horas de sua vida, além do soro caseiro e do leite na seringa.
Depois de uma noite de cuidados, Zé resolveu sair pra passear. Foi se despedir das árvores, das ruas e dos muros pelos quais passeou toda a sua vida. Não tinha nenhuma certeza de que no céu dos gatinhos existisse a mesma liberdade e as mesmas oportunidades de não ser um felino tão certinho.
Poupou as suas madrinhas de assistir à sua partida. E partiu.
Só vi seu corpo estendido no chão. Não um corpo de um trabalhador, mas de um boêmio que amava a liberdade. Chorei. Estava lá, ao lado do terreiro de Oxalá, o orixá da paz!
Pois é, Zé! Oxalá, descanse em paz!

Embora muito criticada, continuo defendendo e protegendo os animais! Essa é uma das minhas bandeiras!
Tuesday, March 07, 2006
RELAÇÕES DE PODER


To chocada! Nunca imaginei que as pessoas fossem capazes de se deslumbrar com tão pouco. É incrível como pessoas com idade até superior à minha têm se deixado levar pela ingenuidade de acreditar que têm poder. Um poder fake. De prástico. Muitas vezes proporcionado por um simples walk talk na mão. Ou pela patente que a cor da camisa representa. Ou até mesmo pela possibilidade de colar um selo no crachá. Só pra dizer que pode. Mais do que eu. Só pra dizer que pode durante reles sete dias. Só pra acreditar que pode. Porque na verdade não pode é nada. São um bando de pau mandado, incapazes de compreender que estão sendo usados pelo sistema.
Mas, numa interpretação Durkheimniana, o que seria de nós, seres inteligentes, críticos e transgressores, se não existissem os babões e os bestões?
Monday, March 06, 2006
NO ELEVADOR DO FILHO DE DEUS


Poema de Elisa Lucinda


A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressuscitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já tô ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de ex persona falida:
- Não, tava só deprimida.
Friday, March 03, 2006
AFINAL, O QUE É A DEGRADAÇÃO?


Hoje é sexta-feira. Só então percebo que estou de volta à realidade. Que nem é tão dura assim. Duro mesmo foi ter que me manter acordada vinte horas por dia durante o carnaval. Logo eu que sou tão comportadinha (na opinião dos meus amigos) e tão exigente comigo mesma. Confesso que me degradei. Não tanto quanto alguns amigos meus. Mas curti o bastante pra quem passou cinco anos comprometida e agora se sente (quase) livre. Isso não significa que eu esteja solteira. A bem da verdade nem eu mesma sei se estou. Sei que tenho sede de viver. De ler mais. De estudar mais. De sair mais. E por que não me degradar mais? Até mais do que no carnaval.
Devo confessar: bem que eu estava com saudades de chegar em casa às 17:40h. Arrumar a casa. Cuidar dos meus filhinhos. Descer com a cachorra pra passear. A boa e velha vidinha mais ou menos. Que só é boa porque uns dias a gente se permite um pouco de degradação, e às vezes até um muito de transgressão.
Porque, mesmo levando uma vidinha tão normal, eu sou transgressora! Eu digo NÃO quando me dá vontade! Eu esperneio quando sou contrariada! E fico inconformada se as coisas não acontecem como eu esperava. Eu transgrido as convenções sociais. E pouco me importa o que as pessoas vão achar de uma mulher que mora sozinha que de vez em quando toma todas e cai na desgraça. É aí então que eu saio da degradação e passo a ser respeitada. Porque degradado mesmo é quem não se permite ser feliz!

Ps. Tomei tantas no carnaval. Matei a saudade dos tempos de antigamente. E na terça-feira o Brasil todo comemorou o meu aniversário! Declarei guerra a quem não quer ser feliz, porque a meta agora é transgredir pra não se degradar.
Thursday, March 02, 2006
PAIXÃO


Show do Guigui Gueto (será que é assim que se escreve?) em pleno Reveillon em Juazeiro da Bahia. Meu passado me condena.