Hoje é sexta-feira. Só então percebo que estou de volta à realidade. Que nem é tão dura assim. Duro mesmo foi ter que me manter acordada vinte horas por dia durante o carnaval. Logo eu que sou tão comportadinha (na opinião dos meus amigos) e tão exigente comigo mesma. Confesso que me degradei. Não tanto quanto alguns amigos meus. Mas curti o bastante pra quem passou cinco anos comprometida e agora se sente (quase) livre. Isso não significa que eu esteja solteira. A bem da verdade nem eu mesma sei se estou. Sei que tenho sede de viver. De ler mais. De estudar mais. De sair mais. E por que não me degradar mais? Até mais do que no carnaval.
Devo confessar: bem que eu estava com saudades de chegar em casa às 17:40h. Arrumar a casa. Cuidar dos meus filhinhos. Descer com a cachorra pra passear. A boa e velha vidinha mais ou menos. Que só é boa porque uns dias a gente se permite um pouco de degradação, e às vezes até um muito de transgressão.
Porque, mesmo levando uma vidinha tão normal, eu sou transgressora! Eu digo NÃO quando me dá vontade! Eu esperneio quando sou contrariada! E fico inconformada se as coisas não acontecem como eu esperava. Eu transgrido as convenções sociais. E pouco me importa o que as pessoas vão achar de uma mulher que mora sozinha que de vez em quando toma todas e cai na desgraça. É aí então que eu saio da degradação e passo a ser respeitada. Porque degradado mesmo é quem não se permite ser feliz!
Ps. Tomei tantas no carnaval. Matei a saudade dos tempos de antigamente. E na terça-feira o Brasil todo comemorou o meu aniversário! Declarei guerra a quem não quer ser feliz, porque a meta agora é transgredir pra não se degradar.