Fazia um tempão que a gente não se encontrava: nós três. Nem pra botar o assunto em dia. Nem pra chorar no ombro um do outro. Nem pra dividir os lamentos. E muito menos pra compartilhar as vitórias. Mas amigo que é amigo um dia tem que se reencontrar, nem que seja numa tarde de sábado. Inusitadamente. E lá estávamos os três tomando cerveja e pondo o assunto em dia. Numa festinha básica de aniversário. Choros. Lamentos. Alegrias. Decepções. Fins de relacionamento. Relacionamentos que nem tiveram oportunidade de começar. Emprego novo. Defesa de dissertação. Síndrome do Pânico. Tua filha tá uma mocinha. Ex-maridos. Amigos que viraram affair e depois voltaram a ser amigos... Enfim... Mas que bom que cerveja acabou! E aí, a gente vai fazer o que agora? Ah, vamos nos degradar no Castanhola! Seguimos nós quatro (tinha mais um amigo na história, que não vem ao caso explicar quem era) pro Castanhola. Foi lá realmente que a degradação começou. Ao som de Stereo Total, Arcade Fire e Gorillaz. A uma certa altura eu já pensava ser a Kate Moss no clip I just don't know what you do with myself do White Stripes. Só não estava vestida a caráter. Mas como toda degradação que se preze, a nossa terminou no Garagem.
A censura barra a história por aqui.
Sei que ficaram algumas fotos registradas no meu celular. Um sentimento de renovação e de que amizade que é amizade não termina nunca. E a certeza de que daqui a 20 anos quando a gente se reencontrar pra se degradar de novo vai ser mais um encontro de estrelas. Mais ou menos assim: Vivienne Westwood, Lou Reed e Patti Smith.